sábado, 31 de julho de 2010

Poética Pragmática - primeiro toque.

José Crisóstomo de Souza

Em termos de correntes filosóficas, são referências para a Poética Pragmática o pós-hegelianismo e o pragmatismo, representantes seus como Stirner, Feuerbach e Marx, Dewey e James, Habermas e Rorty, e eventualmente outros autores postos em diálogo com essa dupla referência. São ambas vertentes de pensamento que convergem no afastamento da pretensão de atemporalidade para a filosofia, por assumirem a Modernidade como seu contexto e por fazerem dela própria objeto de sua consideração. São correntes que expressam uma demanda de concretude e Diesseitigkeit (citerioridade), procurando assumir o humano finito e prático, em seu caráter sensível, como referência para a crítica do racionalismo abstrato e para seus próprios posicionamentos positivos. Pedra de toque da Poética Pragmática é a centralidade atribuída à noção de prática como poiésis, como produção e criação, de alcance material, ético, estético, pessoal e político. São também elementos dessa perspectiva prática tanto um viés "crítico", como um viés "construtivo", comprometido com a ideia de democracia como forma de vida, seja pelo lado do "destino comum" dos homens, seja pelo do auto-cultivo e auto-criação pessoais. Podem ser considerados textos-marcos, programáticos, dessas preocupações, criticamente tomados, as "Teses ad Feuerbach", de Marx, como plataforma pragmatista aberta, O Discurso Filosófico da Modernidade, de Habermas, como crítica da razão centrada no sujeito, e os posicionamentos neo-pragmatistas, de alcance deflacionista e matiz nietzschiano, de Richard Rorty. E ainda, num outro plano, os posicionamentos de Porchat e Tugendhat, e meus própios, na linha de uma "filosofia civil", no A Filosofia entre Nós. Um apresentação condensada de minha abordagem dessas referências está nas páginns da homepage www.jcrisostomodesouza.ufba.br.

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